sábado, 29 de agosto de 2009

O vento

Olá (:
No carro com meu pai realmente tive essa sensação de corte nas mãos, mas foi boa.
Estava jantando em um resort quando escrevi esse conto, talvez não tenha tanto sentido...
Mas enfim, não tenho muita coisa pra falar hoje...
Follow me ~ (sim, isso é um link do twitter)
O texto..:
1. Baseado em fatos, até certo ponto;
2. Escrito em momento de sanidade parcial;
3. Inspiração na minha viagem.
enjoy(:

O Vento

O vento frio dava a impressão de que minhas mãos estavam sendo cortadas do lado de fora do carro.
Enquanto pensava no que faria em minha vida amorosa, meus estudos, minha vida familiar e minhas amizades, sentia o vento frio cortando, além de minhas mãos, meu rosto.
O ambiente me ajudava a pensar. O verde intenso não machucava os olhos como o branco do sol. Percebi que os troncos das árvores eram envoltos em musgo.
O verde das folhas, do musgo dos troncos e da grama do chão me deixaram calma e esvaziaram a minha mente, envolvendo-me em um torpor maravilhosamente encantador. Tamanha a quantidade de verde à volta da pequena estrada, que o ar parecia absorver a cor, deixando o ambiente ainda mais apaziguador.
Coloquei as mãos dentro do carro, mas mantive a janela aberta para que o vento continuasse torturando minha fina pele. A dor era boa, esperada.
Aguardei até que houvesse uma sensação de anestesia em minha face, aumentando o vazio em minha mente.
Deixei-me levar por um sono calmo e sem sonhos.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sorri

Uau, minha imaginação se superou. (:
Nunca tinha escrito algo tão surreal.
Bem, ÓÓÓÓBVIO que não é baseada em fatos e nem nada parecido;
Nada mais pra falar;
Só vou postar , beijo:*


Sorri,


Envolta em uma névoa que parecia diferente daquela que costumava aparecer todas as manhãs de inverno, sorri.
Na realidade comecei a rir sozinha, quase gargalhei.
Sorri por estar viva, por sentir o cansaço, por saber que poderia me machucar e começar a chorar. Sorri também por saber que a qualquer momento minha vida poderia acabar e eu teria deixado de aproveitar os bons momentos.
A névoa era densa, não conseguia ver as árvores que estavam a dez passos de distância, mas mesmo assim me despreocupei e comecei a caminhar calmamente em meio ao bosque silencioso.
Os pássaros estavam quietos, assim como os outros bichos da floresta; parecia que alguma coisa estava errada. Não liguei e continuei caminhando.
A névoa não estava dissipando ainda... Olhei o relógio e me surpreendi por ser quase meio dia; não havia percebido que o tempo passara tão rápido. Comecei a sentir fome, mas resolvi caminhar mais um pouco; queria aproveitar cada instante.
Encolhi-me um pouco mais e fechei o casaco; o frio aumentara muito desde que eu havia saído de casa. Ouvi um ruído próximo, ou pelo menos tive tal sensação. Agora eu suava frio e, portanto, resolvi voltar pela trilha, mas a névoa era tão densa, e eu não tinha certeza se estava na direção certa. Meu pai tinha me dado uma bússola no meu último aniversário e eu sabia exatamente onde estava: em minha mochila, junto com os outros apetrechos de caminhada, que eu havia deixado embaixo de minha cama.
O medo começava a se apoderar de mim, comecei a correr; tropecei.
Ri de mim mesma ao cair, já que tinha resolvido aproveitar todas as coisas que acontecessem a partir daquela manhã. Levantei calmamente e joguei um pouco de água nos joelhos; estavam sangrando.
Olhei para cima e falei alguns palavrões, depois continuei a andar, mas estava mancando muito para ir rápido. Na verdade não estava mancando, estava me arrastando; era quase impossível mover qualquer um dos dois joelhos.
O sangue escorria por minhas pernas sujando minhas meias brancas. Finalmente a névoa estava começando a diminuir, mas eu não tinha a mínima noção de que horas eram; meu relógio havia batido com força em uma pedra e quebrado quando caí.
Caminhava débilmente por entre as árvores do bosque e, como se fosse magia, alguém apareceu um pouco mais à frente. Não era possível ver seu rosto, mas percebi que era uma mulher. Cambaleei um pouco mais para frente, até que fosse possível ver seu rosto. Tinha em torno de 1,65m, a pele muito branca e os cabelos negros e impecavelmente lisos. Seus olhos eram verde-marinhos e usava um batom vermelho nos lábios cheios. Ela parecia estar muito bem vestida para uma caminhada no meio do mato, portanto imaginei que deveria estar próxima à cidade.
No tempo equivalente à uma batida de coração eu pude observar sua perfeição e, na próxima batida eu já não sentia mais meu corpo. Só pude ver que a mulher misteriosa me abraçava, me mantendo de pé. A cabeça dela estava apoiada em meu ombro esquerdo e, percebi que ela mordia meu pescoço.
- Vampiros existem mesmo, ninguém acreditava em mim, mas realmente existem... - eu disse debilmente enquanto a mulher sorria para mim e eu lhe retribuía o ato.
As poucas árvores que eu conseguia ver foram perdendo a cor e foi ficando difícil respirar. Meus olhos fecharam e eu senti que ela me carregava no colo com facilidade. Senti que era seguro e dormi, ainda sorrindo. Pela última vez.

sábado, 22 de agosto de 2009

Segredos do céu

Olá,
Estou hospedada em um resort esse fim de semana, mas trouxe o notbook, o iPod, dois livros e uma tonelada de deveres de casa, fora que tá um frio monstruoso.
O clima é agradável, a banheira é boa, a cama também, mas eu tô entediada. Já acabei um dos livros - Fala sério, pai! da Thalita Rebouças, MUITO BOM - e tô quase acabando o outro - Fala sério, Professor! -, ainda não terminei o dever de casa e não conheci ninguém.
Antes de viajar tinha escrito o conto Segredos do céu, mas acabei não postando. Pensei em colocar no outro blog - o que eu divido com a Ag Andrade -, mas preferi colocar aqui mesmo .. rs
O endereço de lá é http://righi-andrade.blogspot.com/ , se puder passar lá, a Ag escreve super-bem.
Mas chega de papo furado... O post de hoje:
1. é real;
2. demonstra os meus sentimentos no dia que foi escrito, quarta-feira passada, dia 19/08.
Divirtam-se,
e boa tarde (:
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Segredos do céu
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Sempre gostei de olhar para o céu. Não importava se estava azul clarinho, azul bem escuro, laranja, amarelo, preto, violeta..., enfim, sempre achei o céu perfeito, sem falhas; o único lugar nesse universo em que eu realmente podia dizer que gostaria de estar para sempre, sem fazer nada, apenas olhando e procurando alguma falha em meio à perfeição.
Mas nos últimos dias eu estava evitando o céu.
Tornara-se completamente repugnante olhar para a perfeição quando minha vida desabara em menos de cinco minutos.
Certo dia percebi que estava chuvendo apenas um pouco e, portanto imaginei o cinza claro das nuvens acima de minha cabeça. Não resisti à tentação. Olhei para o céu.
O azul dominava quase tudo o que meu olhar conseguia captar e as únicas manchas no mar celeste eram brancas e escassas.
Imaginei durante muito tempo o que poderia ter acontecido... A chuva caía, fraca e contínua, deixando minha cabeça um pouco mais confusa do que já estava. Olhei de novo; o céu continuava azul.
Quando finalmente parou percebi que as pequenas nuvens brancas haviam dado lugar à grandes nuvens que pareciam pesadas; prestes a desabar a qualquer momento.
Acontece que o restante do dia foi abafado e sem sol, um pouco repugnante e agradável ao mesmo tempo. Tomei coragem e, mais uma vez olhei para o céu, mas não sabia se aquelas nuvens ainda estavam lá, pois estava demasiado escuro para que meus frágeis olhos pudessem distinguir qualquer forma no mar celeste que sempre admiravam.
Foi então que percebi o que me incomodava... A lição que eu deixara de aprender durante todo o dia: mesmo por trás da perfeição da vida, lágrimas podem ser derramadas em segredo, enquanto em uma vida um pouco mais "cinza" tais lágrimas não escorrem dos olhos, deixando apenas um sentimento de felicidade e tristeza pairando, inconstante, no ar.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Amanhecer

Olá (:
Não sei o que aconteceu comigo, parece que levei um golpe de espada na cabeça. Dóóóóói. Muito. Mas enfim, o post de hoje...
1. A história é real.
2. Aconteceu hoje mesmo, dia 11/08.
Minha auto-estima parece ter sido destruída... Acho que foi o mesmo golpe de espada que foi dado na minha cabeça. Nunca me senti tão insegura sobre tudo... Minha aparência, meus textos, minha vida, minha família.
Tudo bem, isso aqui não é um consultório de psicologia, chega de falar de mim. (:
Não houve inspiração... As coisas foram acontecendo e eu fui escrevendo, ou seja, o post que você está lendo é como se fosse um diário ou alguma coisa parecida.
enjoy
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Amanhecer
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Depois de algumas horas em frente ao computador resolvi olhar pela janela e, além do bosque percebi que o céu deixara de ser negro e tinha um estranho tom de roxo, bem claro, um pouco puxado para o azul.
A playlist tocava calmamente ao meu lado. Los Hermanos, pensei, mas não sei o nome da música. Ao tentar ler o nome descobri a hora: 5:39 am.
Realmente não consegui acreditar que não havia adormecido nem mesmo um segundo durante toda aquela noite... Ao me mover para levantar levei a mão esquerda à cabeça. Ainda doía. Muito. Imaginei que fosse isso que tinha tirado meu sono.
Tentei escrever. Não houve inspiração. Observei o céu. Tinha mudado de cor; tinha uma tonalidade um pouco mais azulada e menos arroxeada.
Com o que eu teria sonhado se tivesse dormido? Talvez os sonhos que me apavoram desde que eu era criança e sempre retornam. Achei pouco provável, mas não sabia porquê. Poderia ter um dos meus sonhos recentes, ou uma variação deles... Neles haviam fadas e anéis com pedras brilhantes. Eram encantadores.
Ouvi um barulho novo vindo do outro lado. Do lado de fora. Olhei e vi que tinha começado a chover. Eu estava protegida da chuva dentro do meu apartamento. Pensei em quem estava lá fora, debaixo dessa chuva logo cedo. Queria estar lá... Banho de chuva acalma. O céu estava um pouco mais azul e menos roxo, num processo gradual. Prestei atenção ao ruído da chuva e imaginei quando o céu ficaria cinza.
Minha cabeça começou a doer um pouco mais, agora eu nem precisava mais me mecher para que doesse, minha mãe abriu a porta do meu quarto e surpreendeu-se com a luz acesa. Perguntou se eu tinha passado a noite em claro e, obviamente, respondi que não. Eu não queria deixá-la chateada ou preocupada pensando em como eu quebrara as regras ou então em meus problemas, como se já não bastasse o fato de que eu não comia agora era insone.
Não havia cansaço, apenas um torpor por ter passado tanto tempo sem dormir. Imaginei se o torpor ia embora novamente com o amanhecer e o cansaço me abateria... Não estava com sono para dormir e não sabia se o teria.
O céu havia escurecido de novo. Estava um pouco cinza, mas ainda azul-arroxeado. Como havia premeditado o torpor começou a desaparecer de minha mente, e com isso a minha consciência hesitou em manter-se. Levantei-me, ignorando as pontadas em minha cabeça a cada passo dado, e apaguei as luzes, deitando-me em seguida.
O som que inundava o quarto era uma batida leve da banda Los Hermanos, o que quase sempre me ajudava a dormir. Olhei além da janela e a chuva havia parado, deixando um enorme silêncio pairando além de meu quarto. O céu estava novamente azul-arroxeado, sem o cinza que havia aparecido. O relógio brilhava chamando atenção para a hora: 6:31 am.
Abracei meu urso de pelúcia, minha companhia constante, e ignorei a luz que entrava em meu quarto, deixando que minha consciência fosse mergulhada em minha exaustão. Prepare-me para mais um de meus dias sem sonhos.

Pensamentos;

As vezes fico pensando em como era ter a família sempre unida, mas acabo não conseguindo lembrar-me de momentos assim.
Lembro bem que muitas vezes tinha que tentar resolver meus próprios problemas e, com isso, aprendi a ser mais responsavel.
Esse post não tem uma razão especifica para se refletir ou mesmo um motivo banal, apenas foi um dos meus pensamentos em uma noite insone. (leiam crônica: observador da noite)
Isso mesmo, não dormi essa noite e ainda nao quero, mas vou ter que me forçar...
Espero realmente que estejam todos bem.
beijo.e.bom.dia (:

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Quase perfeito

Olá de novo ^^
Os posts estão se tornando mais frequentes, o que é muito bom pra minha auto-estima. :D

Enfim, comentários sobre o texto de hoje:
1. A personalidade da personagem foi baseada na minha personalidade;
2. O conto é baseada em fatos;

3. A inspiração veio do nada, então é normal que não esteja bom.
Boa leitura & comentem.
beijos.e.boa.noite.(:


Quase perfeito


Aquele dia estava sendo quase perfeito.
O sol estava escondido atrás das nuvens e, por um milagre, o ar não estava abafado e não havia muito vento, uma vez que era setembro.
Sempre odiei o sol e o calor. Creio que eu seja um ser noturno e anti-social, que se diverte com a solidão e odeia aglomerações de pessoas.
Esperava o ônibus para ir para o curso de inglês, mas, como não chegava, resolvi caminhar até lá.
Passei pela praia de Icaraí e percebi que não havia ninguém na areia e nem no calçadão. Fiquei completamente aliviada, já que não gostava muito de companhia para minhas caminhadas.
A mochila em minhas costas começava a pesar um pouco mais quando cheguei ao curso, completamente ensopada, já que um pouco depois de chegar à praia começou uma chuva fraca.
Depois de mais uma quinta-feira normal no curso voltei caminhando para casa, o que já era meu costume. Mas nesta quinta-feira eu demorei um pouco mais para chegar... Já que a chuva tinha parado resolvi aproveitar cada segundo da minha tão admirada solidão alí, perto do mar.
Com o casaco estendido na areia fiquei observando o mar. Quando as luzes da rua começaram a se acender retirei meu casaco do chão e o coloquei de qualquer jeito dentro da mochila surrada, sujando-a ainda mais com a areia de praia que havia ficado no casaco e percebi que naquele momento acabava a perfeição do meu dia.
Olhando para o mar pensei em ficar alí pelo menos aquela noite. Não queria ir pra casa. Sabia o que estaria me esperando atrás da bonita porta de madeira da sala, mas mesmo assim não poderia dormir na rua e não tinha amigos íntimos para que pudesse ir para a casa de algum deles.
Resolvi enfrentar meu desafio, afinal eu tinha a obrigação de deixar as pessoas felizes ao meu redor pelo menos uma vez ao ano, e essa vez era sempre no dia dezessete de setembro.
Calcei novamente meus tênis All Star e caminhei lentamente até meu destino: minha tão temida festa "surpresa".

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Raphael Oliveira :)

Segundo post de hoje, mas não faz mal, já que esse é uma retribuição ao post do Raphael.
O post dele fala de um assunto simples: como me matar.
Normal, acontece. Algumas pessoas - como ele - devem pensar nessa possibilidade o tempo todo, mas ninguém chegou nem perto de tirar toda a minha energia vital.
Mas vamos ao que interessa...
Raphinha, mesmo querendo me matar, não vive sem mim. - não sou convencida, ok?
Acontece que eu tenho os mesmos tipos de pensamentos que ele, somos tão parecidos que parece que o mundo é pequeno demais para dois pseudo-psicopatas morarem ao mesmo tempo.
Talvez matá-lo seja uma boa opção, o que me traria vantagens, mas eu acabaria perdendo algumas coisas importantes.
Fora que eu tenho uma vantagem natural sobre esse garoto, o que me fez na última jogada do boliche (aquela que pode jogar até 3 vezes se fizer strike) fazer dois strikes e virar o jogo no final.
Tá, chega de exemplos, senão ele vai me bater. :)
Mas, enfim, mesmo com a minha vantagem natural e a habilidade de virar tudo à meu favor eu ainda hesito quando quero competir com ele.
Nós desafiamos um ao outro o tempo todo, mesmo sem perceber, nós conseguimos passar muito tempo olhando um nos olhos do outro e ainda falar, ao mesmo tempo: "poderia fazer isso o dia todo".
Tenho todos os motivos do mundo para matar esse pseudo-psicopata, mas também tenho vários motivos que não me deixam matá-lo a cada vez que o encontro.
A amizade que começou do nada se transformou em algo incondicional, então posso dizer que, com todos os nossos defeitos e qualidades, e principalmente nossa personalidade, que é quase igual, não conseguiriamos viver um sem o outro.
Raphael Oliveira, adoro você.

~ blog dele: http://raphinha-oliveira.blogspot.com/
vejam o post: Como matar Laise


Naquela noite

GEEEEEEEEEEEEEEEEENTE , meu primeiro texto "feliz" sobre amor, rs.
Fiquei bastante tempo sem escrever um conto. Estava completamente sem inspiração, mas de repente sentei em frente ao computador e olhei pro meu iPod e a idéia de uma história de amor veio na cabeça. Não entendeu a ligação entre computador, iPod e história de amor? É, legal, nem eu. ^^
Mas enfim, não é uma história real. Saiu tuudo da minha insana mente.
Espero, sinceramente, que esteja legível, já que eu não estava escutando nada quando escrevi - não entendam.
Bem, isso é tudo pessoal.
Beijos e boa tarde (:


naquela noite;

Naquela noite eu cheguei chorando em casa. Não sabia porquê, mas não conseguia parar de chorar. Minha mãe me olhou com espanto, já que não me via chorar desde os meus seis ou sete anos, quando prometi não chorar mais.
Ignorei a todos os chamados de minha família que estava, agora, atordoada e corri para o meu quarto. Tranquei a porta e procurei meu iPod. Desliguei o celular porque não queria nenhum contato com o mundo exterior naquele momento.
Com as luzes desligadas e apenas o brilho do luar iluminando um pouco o tapete verde do meu quarto coloquei o iPod no volume mais alto que meus ouvidos sensíveis aguentavam apenas para tentar abafar a voz desesperada que chamava meu nome pela janela aberta.
Enquanto a música com batidas fortes martelava em minha cabeça eu tinha plena noção de que ele ainda me chamava para se desculpar por ter ferido meus sentimentos. Logo começou a nossa música e, então rapidamente tentei passar para a próxima, mas meus dedos não me obedeceram e eu acabei clicando nas fotos do meu passado mais recente...
Aquele lindo fim de tarde onde estavamos eu e ele sentados nas pedras, perto do mar, olhando o pôr-do-sol. Parecia tudo tão perfeito e parecia também não ter fim, mas com o início da noite começou uma chuva fraca e, portanto fomos para minha casa, mas antes que chegassemos ele resolveu me contar alguma coisa que o estava deixando desesperado.
Não conseguia me lembrar o que era exatamente, mas sabia que havia batido em seu rosto e corrido até minha casa e tentava agora me afastar do mundo ao meu redor. Tirei os fones de ouvido e o silêncio que se seguiu era perturbador. Rapidamente levantei e olhei pela janela e lá estava ele, sentado chão do salão de festas do prédio, debaixo da chuva fraca, com a cabeça baixa.
Sabia que ele estava preocupado... Estava com a cabeça entre os joelhos e pressionava os dedos uns contra os outros. Imaginei que seu rosto estivesse com a mesma expressão aflita que sempre tinha quando estava arrependido sobre alguma coisa. Conhecia bem aquela expressão, eu tinha o visto assim quando ele teve que abandonar a aula de guitarra por causa da faculdade...
Entrei em um estado de nostalgia enquanto o olhava de longe, lembrando-me dos momentos bons, algumas brigas, mas sempre eram resolvidas e ficávamos bem. De repente percebi que ele olhava em meus olhos e a sua expressão era de dor, como se estivesse morrendo por isso.
Não tive tempo para pensar muito. Arranquei o cobertor de minha cama e esbarrei no meu irmão quando saí correndo do quarto. Não reparei nas expressões das três pessoas que estavam sentadas nos sofás espaçosos da sala, apenas corri escada abaixo até chegar ao salão de festas.
- Não imaginei que você viesse aqui. Me desculpe? Por favor?
Não respondi, apenas o envolvi com o cobertor e o abracei. Alí, na chuva, percebi que aquele era o conforto que eu precisava para todos os meus problemas se resolverem e eu conseguir ser feliz.
Depois de um tempo, o que me pareceram horas, olhei em seus olhos e sorri, acariciando a sua face avermelhada e beijando-o em seguida.
- Nunca mais me deixe fugir de você assim.
Depois o levei até minha casa, onde nos secamos e, ao entrar no meu quarto vi que a música que tocava era a nossa. Chorei de novo, mas dessa vez, de felicidade por ter percebido que havia encontrado meu verdadeiro amor.