sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Subterfúgio

Completamente alheia ao que está acontecendo a minha volta... Como gostaria de ser assim...
Minha personagem, Zoë, é a protagonista do conto Subterfúgio. Sei como ela se sente pois sou quase exatamente assim.
Não tenho muito o que falar.
Subterfúgio foi a maneira que encontrei de dar um pouco de minha personalidade e características para Zoë.
Chega de baboseiras...
enjoy:*


Enriqueça seu vocabulário. (:
Subterfúgio: Desvio.





Subterfúgio


Eu andava em meio à multidão que estava no centro da cidade. Eu odiava a cidade. Tão monótona. Sempre acontecendo as mesmas coisas todos os dias e ainda assim as pessoas conseguem não desejar mudar os velhos hábitos.
Dois assaltos, um acidente, incontáveis gritos e sons: pessoas conversando, casais brigando, ambulantes anunciando, carros buzinando, crianças chorando, sirenes tocando.
Diziam-me que era normal ter tanto barulho, mas não consegui me acostumar. Meus ouvidos doíam como se estivessem sendo perfurados por um canivete. Cada vez mais fundo. Cada vez mais fundo. A claridade intensa do sol refletida no asfalto cinza machucava meus olhos, como se estivessem colocando um refletor exatamente à frente de meus olhos.
A cidade era irritante e desesperadora.
Eu desejava mais do que tudo o meu quarto, meu silêncio, minha solidão. Nada era mais esperado do que a hora de voltar para meu refúgio, como gosto de chamar o quarto, mas acontece que eu precisava enfrentar a cidade.
Subterfúgio. Subterfúgio. Era tudo o que eu conseguia pensar. Queria encontrar um desvio para algum lugar longe daquele caos. Logo que foi possível me desvencilhar da rede interminável de braços e corpos humanos entrei no shopping em que estava tentando chegar desde que chegara ao centro. Parecia um ambiente agradável. As pessoas mantinham certa distância uma das outras e não havia tantos barulhos; apenas uma fonte borbulhante e conversas.
Sentei-me próxima a fonte agradecendo por finalmente ter encontrado algum lugar tranqüilo e isento de corpos para descansar um pouco a mente. Foi quando encontrei o motivo de eu ter saído do meu refúgio e me deslocado até o caos da cidade.
- Zoë, querida. Ainda bem que você veio. Sentimos sua falta.
Droga de reunião de família.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Carta a Você

Aula de artes.
Filme: Central do Brasil.
Vontade de assistir: zero.
Resolvi escrever e comecei a pensar em alguma história um pouco triste. Tem se tornado meu ponto principal, a tristeza.
Me peguei chorando com uma simples ideia de uma carta a um amigo distante. Juntei cada pedaço de minha criatividade e comecei a escrever. Me emocionei a cada instante com a história de Zoë, minha personagem principal.
Pensei seriamente em começar a colocar a Zoë como protagonista de minhas histórias a partir de agora. Acho magnífico quando leio vários contos aleatórios com o mesmo personagem; pode-se criar uma história gigantesca com esses contos.
Mas, chega de papos aleatórios.
Escrevi tudo o que eu teria escrito se eu fosse a Zoë. Eu teria chorado muito mesmo. Mas o que importa é que eu consegui escrever a história. Comecei no meio da aula de artes e terminei no meio da aula de Inglês.
.
Destinada a você
.
Não faz muito tempo abri aquela gaveta secreta que você havia construído para mim para que eu guardasse os meus poemas, minhas poesias, minhas crônicas e as cartas que, como você sempre soube, nunca seria capaz de mostrar a alguém que não fosse você.
Tenho que te agradecer pelo que fez a mim. Me ensinou o que era uma amizade de verdade e o que era amor; me ensinou a colocar meus sentimentos em palavras; me mostrou que minha verdadeira vocação estava na literatura: “Zoë, você nasceu pra escrever. Não tente fazer nenhuma outra coisa. Eu ainda vou ler muitos livros seus!”.
Você sempre realizou todos os meus desejos, mesmo que não fosse a sua real vontade, como quando construiu a gaveta secreta para que eu escondesse meus textos, mesmo sendo sua vontade que eles fossem transformados em um belo livro.
Em minha gaveta encontrei todas as cartas para meus amores platônicos; todos os contos sobre o cotidiano; todos os vários tipos de textos sobre amizade, onde você quase sempre era o protagonista. Achei estranho que não houvesse nenhuma carta ou conto sobre sua mudança. Foi então que lembrei que o destino destes havia sido diferente, o lixo, pois nenhum fazia justiça aos meus sentimentos.
Senti algo salgado em minha boca e me vi chorando. Eu sentia sua falta. Mesmo depois de anos ainda sinto como se fosse só ir à escola para poder te ver. Meus dedos discam automaticamente o seu antigo número; aquela velhinha que sempre atende já reconhece minha voz. Ainda não consegui acostumar-me com o que você chama de evolução.
Mas e todas as promessas quebradas? Todas as mentiras? E os falsos telefonemas adiando o momento de me contar sobre sua mudança? Isso também é considerado evolução para você?
Você sabe muito bem que se estivesse à minha frente eu estaria gritando em meio aos intensos soluços que quase fecham minha garganta quando choro. E sei que não demoraria muito até que você me consolasse.
Tenho certeza de que você sabe que, por mim, todas as promessas ainda são válidas e que todas as palavras que um dia lhe disse são verdadeiras.
Não me arrependo de nada, a não ser de minha constante ausência, imersa em minhas fantasias e meus problemas. Cada vez abro a gaveta secreta com menos frequência, uma vez que minha inspiração se foi.
Te agradeço por ter me ajudado por toda minha vida e só te peço perdão por ter lançado a culpa toda em seus ombros já sobrecarregados.
Gostaria que soubesse que ainda uso o apelido que me deu quando construiu a gaveta secreta em seu quarto enquanto eu olhava, admirada.


E, mais uma vez, obrigado.
Zoë, Escritora de Gaveta.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Carta de um apaixonado III

Uau! Daqui a pouco eu escrevo um livro de cartas... Rs.
Mas enfim... A carta é bem diferente das outras... a Carta de um apaixonado I é escrita por um garoto que ama uma amiga e tal.. lê lá que você entende; a Carta de um apaixonado II é escrita por uma garota que não consegue ser sincera com o namorado. Já esta aquiii, a Carta de um apaixonado III é bem diferente, porque é de quando eles terminam. Pronto. Fechei a saga.
enjoy:*


Carta de uma apaixonada II;

Não importa mais.
O que passamos foi lindo, mas acabou. Eu preciso entender isso de uma vez por todas.
Meu quadro de fotos cheio não me ajuda em nada no que preciso fazer, mesmo parecendo ser tão simples. As várias cartas que escrevi e jamais enviei marcam as etapas da minha vida em que você estava presente: de quando não passávamos de amigos, enquanto estávamos juntos e as mais recentes... Depois de nossa separação.
Ainda não consegui entender bem o motivo para que tudo tivesse que acabar. Você disse que não está apaixonado por outra, que não me traiu, que não tentou me enganar em momento nenhum, que sempre foi sincero... Mas que não dava mais para viver daquele jeito.
Me desprezou como se eu fosse uma coisa qualquer; uma doença na qual você precisaria se livrar para que não fosse levado à morte. Aproveitou do meu amor durante o tempo em que quis e depois simplesmente disse as palavras que feriram meu coração: Acabou. Não dá mais pra viver assim. Acabou.
Fui forte o suficiente para não derramar uma pequena lágrima sequer na sua frente. Você não merecia me ver chorar. Apenas voltei meu rosto em direção ao chão e corri para longe, apenas tomando cuidado para não esbarrar nas poucas pessoas que estavam naquele lugar. Seria humilhante demais se eu não conseguisse me segurar e acabasse encostada em sua camisa, chorando feito uma louca e implorando para que não fizesse aquilo; para que pensasse melhor.
Me vi na entrada do estacionamento. Olhei rapidamente para trás para conferir se não havia sido seguida por você e praticamente joguei-me de encontro a parede, caindo debilmente de encontro ao chão. Chorei por tempo o suficiente para que meus olhos ardessem e logo fui para casa.Não acredito que você entenda o que fez à mim; o quanto me machucou naquele dia. Simplesmente não consigo acreditar que você um dia sequer me amou.
Mas não consigo esquecer o amor que sinto por você. Não consigo imaginar como seria o roteiro da minha vida sem você como protagonista.Imagino se alguma coisa nesse mundo faria com que você voltasse pra mim. Talvez o seu amor irreal tenha acabado de uma vez por todas e eu não tenha mais a mínima chance de te ter ao meu lado. E talvez a lembrança do pior dia da minha curta existência jamais saia da minha mente. Não quero encobri-la com boas recordações de nossos momentos juntos.
Eu queria ter coragem de ir até sua casa e falar pra você o quanto importa pra mim; o quanto eu preciso de você. Queria ter coragem ao menos para pegar o telefone e ligar para você, nem que fosse para não dizer nada.
Mas isso é tão impossível quanto atender aos seus insistentes telefonemas; é tão impossível quanto ler todas as mensagens que você me manda; tão impossível quanto sequer pensar em te dar mais uma chance depois do que você fez.
O que passamos foi lindo, mas acabou. Eu preciso entender isso de uma vez por todas.
Meu quadro de fotos cheio não me ajuda em nada no que preciso fazer, mesmo parecendo ser tão simples. As várias cartas que escrevi e jamais enviei marcam as etapas da minha vida em que você estava presente: de quando não passávamos de amigos, enquanto estávamos juntos e as mais recentes... Depois de nossa separação.
Mas não importa mais. Acabou.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Silêncio

Tiiipo, completamente fictício, okay? Eu meio que peguei a realidade e fui colocando muita ficção nela. Silêncio faz isso comigo, mas eu nunca estive nessa situação. rs.
Mas enfim, não quero falar muito hoje... Sem vontade e doente.
Have fun:*



Silêncio;


O silêncio, para mim, funciona como morfina, deixando-me levemente entorpecida, tendo assim, tempo para pensar.
Acontece que meus pensamentos levaram-me novamente ao apartamento vazio. Não era uma situação rara, acontecia quase todos os dias, mas dessa vez pareceu ser diferente.
Era um domingo e todos haviam saído para resolver questões pessoais e eu, como sempre, preferira ficar em casa, deitada em minha cama, apenas descansando e observando a vida passar por minha janela.
Comecei a ficar um pouco inquieta... Levantei e verifiquei a casa inteira. Nada. Ninguém. Apenas a calopsita que dormia tranquilamente em seu viveiro.
Voltei a minha cama, trancando as portas e janelas de quase toda a casa. Não havia acalmado meus nervos. Eu continuava imaginando que havia algo errado... Profundamente errado.
Senti um calafrio. Cada vez mais eu tinha certeza de que não seria um dia normal, como os outros. Encolhi-me um pouco mais, cobrindo-me quase completamente com as cobertas grossas.
Assim fiquei durante quase o dia inteiro.
Quando meu irmão chegou, abrindo a porta com estrondo, quase dei um pulo para atacá-lo com uma de minhas espadas, mas contive-me. Apenas a segurei desembainhada até ter certeza de quem era.
Aquelas espadas podiam não cortar, mas fariam um grande estrago se fossem manipuladas com a força correta e atingissem o lugar certo.
Não estava mais sozinha no apartamento, mas ainda assim não me sentia segura o suficiente para sair de meu quarto. Ainda estava com o mau-pressentimento que me assolara durante todo o dia. Encontrei-me analisando cada pequeno espaço de meu quarto onde era possível que qualquer coisa se escondesse, por menor que fosse.
Logo eu ansiava para que mais alguém chegasse a casa para que tudo aquilo passasse. Eu precisava do barulho que sempre abominara; da invasão de privacidade da qual frequentemente era vítima; da sensação de que meu pequeno Yorkshire pudesse me proteger até mesmo de um urso pardo.
Senti que meus olhos estavam embaçados e que minha calça jeans estava um pouco molhada na direção exata de meu rosto. Rapidamente sequei as lágrimas e tentei conter o pânico que me dominava a cada segundo.
Eu não queria ter de ligar... Seria humilhante que uma adolescente ligasse para os pais porque estava com medo de ficar em casa sozinha... Ainda mais que eu não estava sozinha. Meu irmão mais velho estava no quarto ao lado... E havia a sensação de que havia mais alguém.
Tomei coragem e, mais uma vez, inspecionei toda a casa. Nada. Ninguém. Os únicos sons eram da calopsita gritando por atenção e do computador de meu irmão.
Eu tinha tido duas confirmações...
A primeira era que não tinha ninguém dentro da minha casa. E a segunda era que eu estava completamente paranóica.
Foi aí que percebi como o silêncio mexe com meu sistema nervoso e decidi nunca mais ter silêncio na minha vida!
Todos chegaram ao anoitecer e me viram dormindo abraçada a minha Wakizashi – espada de tamanho mediano, parecida com a Katana, mas menor – e ao meu urso Bernard. De acordo com o que disse minha mãe, eu parecia estar sonhando, mas não recordo de nenhum sonho.
A não ser que toda aquela paranóia tenha sido um sonho.
Levantei devagar; meus músculos estavam rígidos. Comecei a acreditar que nada havia sido real. Embainhei a espada e caminhei lentamente até a estante para guardá-la. Foi então que eu ouvi algo. Havia cortado meu tão amado silêncio. Parecia um grito. Parecia agonia. E parecia vir do quarto da minha irmã menor. Rapidamente tirei a espada da bainha e corri em direção a quem quer que estivesse lá.
Acho que não preciso dizer que não era um assaltante ou algo parecido. Acabei o dia em um hospital, esperando que saísse o laudo médico do meu irmão, que “torturava” minha irmã com cócegas quando levou um golpe de espada nas costas.
Realmente o silêncio me deixa paranóica. E deixa minha mente quase anestesiada. Com tempo para pensar no que eu tinha feito; com tempo para analisar cada neurônio da minha mente procurando o culpado pelo impulso de atacar quem quer que fosse. É... Não o encontrei. E ganhei castigo eterno.
Agora o silêncio prevalece em meu quarto escuro. Mandaram-me pensar no que eu tinha feito e no que planejava fazer. Disseram que eu devia ouvir menos meus impulsos. E para isso me recomendaram ficar em silêncio e ouvir minha consciência.
O silêncio, para mim, funciona como morfina, deixando-me levemente entorpecida, tendo assim, tempo para pensar.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Anel

Uau, a inspiração veio do nada. Simplesmente comecei a escrever e aí está, O Anel.
Espero continuar escrevendo bastante.. Quero/Meu pai quer lançar um livro com meus contos.
Mas, falando desse conto...
1. O início dele foi baseado em fatos, mas com o decorrer da história virou ficção.
2. Não era pra ser uma história de amor e nem nada parecido, mas isso tem virado uma característica nas minhas histórias... Começar como algo normal e acabar como amor.
Bem, só isso, chega de papo.
Beijos,


O Anel


Olhei para minhas mãos trêmulas.
Os nós dos dedos estavam quase completamente brancos, dada a força que eu exercia neles.
Minhas veias se destacavam em um estranho tom de verde sob a pele morena. Meu anel de topázio havia girado em meu dedo fino e dava a impressão de que minha palma estava sendo perfurada.
Ouvi alguém dizendo para que eu respirasse fundo. Talvez acalmasse.
Respirei fundo.
Respirei.
Respirei e fechei os olhos.
Prendi a respiração.
Não havia adiantado. Eu ainda estava completamente estressada. Meu anel ainda me machucava, minhas unhas estavam começando a abrir feridas em minhas mãos tremulas. Meu sangue ainda pulsava loucamente por minhas veias semi-expostas e começava a escorrer pelos meus dedos.
Abri os olhos e vi que ela ainda me observava como se esperasse uma resposta negativa a sua pergunta completamente retórica. “Você o amava muito, né?”, como alguém tinha coragem de me perguntar tal... tal... tal idiotice?!
Por menos que eu quisesse admitir para mim mesma minha derrota, a prova de que a marca ainda não havia cicatrizado estava me deixando uma nova marca agora: meu anel de topázio.
Não consegui retirar o anel de noivado que ele havia me dado apenas algumas semanas antes com medo de que sua memória se perdesse em meio à minha mente nebulosa. Não queria admitir que ainda chorava todas as noites; que sentia tanto a falta dele que talvez fosse melhor seguir o mesmo caminho, talvez nós nos encontrássemos. Talvez não.
Senti o calor do meu próprio sangue em minhas pernas e afrouxei um pouco o aperto. Samantha, minha melhor amiga, continuava me olhando, como se eu fosse algum tipo de assombração.
Alguém me entregou uma toalha úmida – que rejeitei imediatamente –, mas mesmo assim, limpou minhas pernas e tentou, inutilmente, abrir meus punhos cerrados.
Comecei a contar para acalmar. Ele sempre fazia isso. Um, dois, três... cinquenta e cinco, cinquenta e seis... novecentos e trinta e dois, novecentos e trinta e três... Perdi a paciência. Samantha tinha se sentado ao meu lado.
- Sam – ela se virou e me olhou com curiosidade -, quem são essas pessoas? O que estão fazendo aqui?
- É a família dele. Eles não queriam desapontá-lo agora.
Grande coisa, pensei. Abandonaram o meu Thomas durante quase toda a vida e agora, depois da sua morte, vieram chorar por ele. Eu havia praticamente sido criada junto com ele - conhecia toda sua história - e a família nunca estava presente em bons momentos. Mas mesmo assim eu não podia expulsar todos do cemitério. Thomas ficaria triste.
Olhei para onde estava seu corpo desfigurado e sem vida. O caixão havia sido lacrado... Imaginei como era agora o seu rosto, antes lindo, para que nem mesmo me deixassem vê-lo uma última vez.
Analisei cada rosto à minha volta. Apenas conhecia dois ou três, mas ainda assim não tinha nenhuma intimidade. Poucos deles demonstravam uma dor mínima. Virei para Sam e analisei o seu rosto e vi que brilhava. Lágrimas, imaginei. Eu já havia perdido a habilidade de chorar a muito tempo. Desde que recebera a notícia da morte.
- Sam... – Não terminei a frase. Não era necessário. Ela se levantou e me abraçou. Logo que me soltou tirei o meu anel e observei calmamente o topázio azul cuidadosamente lapidado. Eu adorava azul.
Tirei o colar com o pequeno pingente em forma de T com um diamante minúsculo na parte inferior e coloquei o anel nele. Novamente pus o colar e abracei novamente Sam. Thomas se fora, mas ela ficara comigo e eu não havia percebido o quanto estava presente desde o acidente.
Dei-lhe um beijo no rosto e comecei a andar, levando-a comigo, para fora daquele mundo de falsidade, de desespero e de dor. Não para esquecer de Thomas, mas para fazer com que a passagem dele por minha vida tivesse deixado uma boa lembrança, uma boa cunhada, uma melhor amiga.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Carta de um apaixonado II

A primeira Carta de um Apaixonado que eu postei aqui no blog é completamente diferente dessa. Na primeira, o apaixonado não tem coragem para se declarar. É simplesmente o desabafo de um garoto perdidamente apaixonado. Já a segunda é escrita por uma garota que conseguiu o que queria: tem o amado ao seu lado, mas não tem coragem de ser sincera e sente a necessidade de desabafar também.
Não sei bem o porquê de escrever as duas cartas, mas consigo me ver perfeitamente nos dois papéis, interpretando perfeitamente o garoto que tem medo de se declarar e a garota que tem medo de ser sincera.
Bem, acho que as duas cartas foram desabafos reais. Foram realmente escritos com a dor de uma apaixonada. Mas, talvez as experiencias tenham ocorrido para que as cartas fossem escritas.
Chega de papo, beijos:*



Carta de uma apaixonada;



Encontro o sorriso dele em meio ao de muitas outras pessoas facilmente.
Seu rosto transborda alegria e sinceridade, talvez até de modo exagerado, deixando-me um pouco sem graça com a situação sempre que o analiso com um pouco mais de atenção.
Não fazia idéia de como aquela pessoa tão perfeita havia aparecido na minha vida tão de repente, quando eu não esperava que nada de interessante acontecesse na minha vida, já que estava excessivamente monótona.
Lembro-me de como havíamos nos encontrado. Ele me olhava do alto de uma escada, sorrindo, esperando que eu me aproximasse calmamente de seu olhar claro; imediatamente senti algo diferente.
Passamos o dia inteiro juntos, e, sinceramente, queria que ele não acabasse jamais; sabia que não o veria tão facilmente, isso se ainda o veria. Reparei que estava pensando no futuro, planejando... Não era algo comum, era raro, estranho, confuso e incompreensível.
Agora, meses depois de um dos dias mais felizes de minha curta vida, não preciso procurar motivos para a felicidade em um passado distante e nem olhar para um futuro imprevisível. Nem para trás e nem para frente, apenas para o lado; para o presente, real, tangível, incontestável.
Meu futuro previsto há alguns meses não se tornou real; reforcei minha teoria de que o futuro é uma incógnita a mais na vida de cada um e o passado é apenas mais uma das que foram descobertas no meio do caminho e abandonadas ao longo da gigantesca trajetória que chamamos de vida.
Às vezes é saudável relembrar essas incógnitas que foram abandonadas. Podemos ver quais foram nossos erros, que caminhos tomamos para chegar onde estamos agora, que espinhos enfrentamos, em que nuvens descansamos, em que buracos caímos, com que frutos nos alimentamos..., mas não creio que seja bom tentarmos adivinhar as próximas incógnitas antes de ao menos saber como a conseguiremos.
Gosto de pensar em quando vou ter coragem para enviar esta carta para o destinatário correto, e não para o fundo de minha gaveta cheia de outras cartas não enviadas. Sei que não tenho tanta força para enviá-la e ainda parecer ter sanidade o suficiente para não ser internada em uma clínica psiquiátrica. Gosto de imaginar que ele está à minha frente sempre, vendo cada movimento meu, encontrando meu olhar a cada movimento de minhas pálpebras.
Só de pensar que posso sentir seu coração quando estou com ele quase me faz delirar. Aquele som ritmado, com leves falhas, onde percebo facilmente sua irritação, alegria, entusiasmo e tristeza. Só de pensar que posso olhar nos olhos dele e ver aquela claridade intensa e não desviar o olhar por medo de que meus segredos sejam revelados pela intensidade estranha que ele parece me observar.
Confuso. A definição perfeita para esse conto de amor é a confusão. Não entendo mais o que estou fazendo; porque ainda não enviei as palavras que meu coração grita e minhas mãos fazem questão de escrever de forma clara e precisa.
Ainda encontro nas cartas guardadas, a felicidade que pensei ter perdido; a habilidade de ser sincera, sem que ninguém esteja julgando. Tal felicidade só consigo perceber quando releio as cartas e quando estou com ele, encostada em seu peito, ouvindo as batidas. Para mim são como se fosse uma sinfonia, tocando a mais bela de todas as canções. Ou talvez um concerto de piano, onde posso ouvir Clair de Lune ainda mais linda, tocada pelo próprio Debussi.
Talvez seja um pouco tarde demais para realmente dizer que o amo mais do que tudo, uma vez que ele sabe disso. Mas não consigo dizer com a sinceridade e o sentimento que queria; como se algo impedisse que minha boca dissesse o que realmente passa no meu coração, deixando uma necessidade insaciável de que tudo seja dito.
Tal necessidade só consigo saciar escrevendo. Abro meu coração para as letras, tornando real tudo o que sinto, mas ainda assim não é o bastante.
Letras não tem escolhas. Palavras não tem sentimentos. Frases não tem vontades. Textos não tem paixão. Livros não tem amor.
Basta para mim dizer o surreal e escrever o real. Encontrar nas palavras falsas a realidade que deixo escapar por meus dedos é o que mais quero.
Sonho em um dia conseguir ser sincera a alguém mais além de uma caneta e um pedaço de papel, ou mesmo um computador. Me sinto cada dia mais fria, como uma máquina, mas o que realmente sinto é amor.
Eu o amo mais que tudo. Imagino se já escrevi isso antes. Acho que sim, mas não importa quantas vezes seja escrito, nunca será o bastante.
Meu único desejo é conseguir dizer tudo o que está aqui para ele. E que tudo saia com sinceridade de minha boca acostumada com o sarcasmo e a calúnia.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Mente adolescente;

É fato: adolescentes nunca pensam muito bem quando estão juntos.
A prova? Esse post aqui mesmo... (:
Depois de um dia normal (sim, era normal), acabamos (eu, Camila e Anna'Lu) lembrando de um acontecimento de alguns dias antes.. Rimos muuuito na aula de filosofia (depois da aula vaga de Mat, um presente pra gente, sejamos sinceros).
Enfim, o resultado de uma hora de adolescentes pensando é o que tá bem aqui embaixo...
enjoy:*
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Calouros e faculdades;

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Nutrição - me nutre
Odontologia - me pinta (motivo: Camila queria ser caloura dele)
Letras - me soletra
Jornalismo - me entrevista
Direito - me processa
Biomedicina - me analisa
Turismo - me guia
História - me pesquisa
Analista de Sistemas - me programa
Geografia - me mapeia / me mata (motivo: Camila odeia o antigo prof.)
Economia - me gasta
Ciências Contábeis - me conta
Engenharia - me constrói
Arquitetura - me projeta
Gastronomia - me cozinha / me come (Eu já disse que eram 3 adolescentes?)
Medicina - me disseca (Eca!)
Artes - me desenha
Psicologia - me decifra
Filosofia - me faz pensar (O original era me pensa, decide qual é o melhor...)
Literatura - me escreve
Cinema - me filma
Relações Internacionais - me relaciona
Pedagogia - me ensina
Música - me toca / me bate (Bateriiia, pelamord'deus)
Química - me experimenta
Educação Física - me treina / me malha
Matemática - me expressa / me calcula
Física - me eletriza
Oftalmologia - me enxerga
Publicidade - me publica (clichêê~)
Comunicação - me fala
Moda - me veste / me despe (Aiaiai, uiuiui)
Veterinária - me morde
Farmácia - me medica
Línguas Estrangeiras - me traduz

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Depois de tudo isso ainda tivemos a cara de pau de matar duas aulas à tarde.. rs,

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so, enjoy the text and show this blog to your friends (: