segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Silêncio

Tiiipo, completamente fictício, okay? Eu meio que peguei a realidade e fui colocando muita ficção nela. Silêncio faz isso comigo, mas eu nunca estive nessa situação. rs.
Mas enfim, não quero falar muito hoje... Sem vontade e doente.
Have fun:*



Silêncio;


O silêncio, para mim, funciona como morfina, deixando-me levemente entorpecida, tendo assim, tempo para pensar.
Acontece que meus pensamentos levaram-me novamente ao apartamento vazio. Não era uma situação rara, acontecia quase todos os dias, mas dessa vez pareceu ser diferente.
Era um domingo e todos haviam saído para resolver questões pessoais e eu, como sempre, preferira ficar em casa, deitada em minha cama, apenas descansando e observando a vida passar por minha janela.
Comecei a ficar um pouco inquieta... Levantei e verifiquei a casa inteira. Nada. Ninguém. Apenas a calopsita que dormia tranquilamente em seu viveiro.
Voltei a minha cama, trancando as portas e janelas de quase toda a casa. Não havia acalmado meus nervos. Eu continuava imaginando que havia algo errado... Profundamente errado.
Senti um calafrio. Cada vez mais eu tinha certeza de que não seria um dia normal, como os outros. Encolhi-me um pouco mais, cobrindo-me quase completamente com as cobertas grossas.
Assim fiquei durante quase o dia inteiro.
Quando meu irmão chegou, abrindo a porta com estrondo, quase dei um pulo para atacá-lo com uma de minhas espadas, mas contive-me. Apenas a segurei desembainhada até ter certeza de quem era.
Aquelas espadas podiam não cortar, mas fariam um grande estrago se fossem manipuladas com a força correta e atingissem o lugar certo.
Não estava mais sozinha no apartamento, mas ainda assim não me sentia segura o suficiente para sair de meu quarto. Ainda estava com o mau-pressentimento que me assolara durante todo o dia. Encontrei-me analisando cada pequeno espaço de meu quarto onde era possível que qualquer coisa se escondesse, por menor que fosse.
Logo eu ansiava para que mais alguém chegasse a casa para que tudo aquilo passasse. Eu precisava do barulho que sempre abominara; da invasão de privacidade da qual frequentemente era vítima; da sensação de que meu pequeno Yorkshire pudesse me proteger até mesmo de um urso pardo.
Senti que meus olhos estavam embaçados e que minha calça jeans estava um pouco molhada na direção exata de meu rosto. Rapidamente sequei as lágrimas e tentei conter o pânico que me dominava a cada segundo.
Eu não queria ter de ligar... Seria humilhante que uma adolescente ligasse para os pais porque estava com medo de ficar em casa sozinha... Ainda mais que eu não estava sozinha. Meu irmão mais velho estava no quarto ao lado... E havia a sensação de que havia mais alguém.
Tomei coragem e, mais uma vez, inspecionei toda a casa. Nada. Ninguém. Os únicos sons eram da calopsita gritando por atenção e do computador de meu irmão.
Eu tinha tido duas confirmações...
A primeira era que não tinha ninguém dentro da minha casa. E a segunda era que eu estava completamente paranóica.
Foi aí que percebi como o silêncio mexe com meu sistema nervoso e decidi nunca mais ter silêncio na minha vida!
Todos chegaram ao anoitecer e me viram dormindo abraçada a minha Wakizashi – espada de tamanho mediano, parecida com a Katana, mas menor – e ao meu urso Bernard. De acordo com o que disse minha mãe, eu parecia estar sonhando, mas não recordo de nenhum sonho.
A não ser que toda aquela paranóia tenha sido um sonho.
Levantei devagar; meus músculos estavam rígidos. Comecei a acreditar que nada havia sido real. Embainhei a espada e caminhei lentamente até a estante para guardá-la. Foi então que eu ouvi algo. Havia cortado meu tão amado silêncio. Parecia um grito. Parecia agonia. E parecia vir do quarto da minha irmã menor. Rapidamente tirei a espada da bainha e corri em direção a quem quer que estivesse lá.
Acho que não preciso dizer que não era um assaltante ou algo parecido. Acabei o dia em um hospital, esperando que saísse o laudo médico do meu irmão, que “torturava” minha irmã com cócegas quando levou um golpe de espada nas costas.
Realmente o silêncio me deixa paranóica. E deixa minha mente quase anestesiada. Com tempo para pensar no que eu tinha feito; com tempo para analisar cada neurônio da minha mente procurando o culpado pelo impulso de atacar quem quer que fosse. É... Não o encontrei. E ganhei castigo eterno.
Agora o silêncio prevalece em meu quarto escuro. Mandaram-me pensar no que eu tinha feito e no que planejava fazer. Disseram que eu devia ouvir menos meus impulsos. E para isso me recomendaram ficar em silêncio e ouvir minha consciência.
O silêncio, para mim, funciona como morfina, deixando-me levemente entorpecida, tendo assim, tempo para pensar.

Um comentário:

Anna'Lu disse...

Fiico estranho, maas gostei
beiijos