A primeira Carta de um Apaixonado que eu postei aqui no blog é completamente diferente dessa. Na primeira, o apaixonado não tem coragem para se declarar. É simplesmente o desabafo de um garoto perdidamente apaixonado. Já a segunda é escrita por uma garota que conseguiu o que queria: tem o amado ao seu lado, mas não tem coragem de ser sincera e sente a necessidade de desabafar também.
Não sei bem o porquê de escrever as duas cartas, mas consigo me ver perfeitamente nos dois papéis, interpretando perfeitamente o garoto que tem medo de se declarar e a garota que tem medo de ser sincera.
Bem, acho que as duas cartas foram desabafos reais. Foram realmente escritos com a dor de uma apaixonada. Mas, talvez as experiencias tenham ocorrido para que as cartas fossem escritas.
Chega de papo, beijos:*
Carta de uma apaixonada;
Encontro o sorriso dele em meio ao de muitas outras pessoas facilmente.
Seu rosto transborda alegria e sinceridade, talvez até de modo exagerado, deixando-me um pouco sem graça com a situação sempre que o analiso com um pouco mais de atenção.
Não fazia idéia de como aquela pessoa tão perfeita havia aparecido na minha vida tão de repente, quando eu não esperava que nada de interessante acontecesse na minha vida, já que estava excessivamente monótona.
Lembro-me de como havíamos nos encontrado. Ele me olhava do alto de uma escada, sorrindo, esperando que eu me aproximasse calmamente de seu olhar claro; imediatamente senti algo diferente.
Passamos o dia inteiro juntos, e, sinceramente, queria que ele não acabasse jamais; sabia que não o veria tão facilmente, isso se ainda o veria. Reparei que estava pensando no futuro, planejando... Não era algo comum, era raro, estranho, confuso e incompreensível.
Agora, meses depois de um dos dias mais felizes de minha curta vida, não preciso procurar motivos para a felicidade em um passado distante e nem olhar para um futuro imprevisível. Nem para trás e nem para frente, apenas para o lado; para o presente, real, tangível, incontestável.
Meu futuro previsto há alguns meses não se tornou real; reforcei minha teoria de que o futuro é uma incógnita a mais na vida de cada um e o passado é apenas mais uma das que foram descobertas no meio do caminho e abandonadas ao longo da gigantesca trajetória que chamamos de vida.
Às vezes é saudável relembrar essas incógnitas que foram abandonadas. Podemos ver quais foram nossos erros, que caminhos tomamos para chegar onde estamos agora, que espinhos enfrentamos, em que nuvens descansamos, em que buracos caímos, com que frutos nos alimentamos..., mas não creio que seja bom tentarmos adivinhar as próximas incógnitas antes de ao menos saber como a conseguiremos.
Gosto de pensar em quando vou ter coragem para enviar esta carta para o destinatário correto, e não para o fundo de minha gaveta cheia de outras cartas não enviadas. Sei que não tenho tanta força para enviá-la e ainda parecer ter sanidade o suficiente para não ser internada em uma clínica psiquiátrica. Gosto de imaginar que ele está à minha frente sempre, vendo cada movimento meu, encontrando meu olhar a cada movimento de minhas pálpebras.
Só de pensar que posso sentir seu coração quando estou com ele quase me faz delirar. Aquele som ritmado, com leves falhas, onde percebo facilmente sua irritação, alegria, entusiasmo e tristeza. Só de pensar que posso olhar nos olhos dele e ver aquela claridade intensa e não desviar o olhar por medo de que meus segredos sejam revelados pela intensidade estranha que ele parece me observar.
Confuso. A definição perfeita para esse conto de amor é a confusão. Não entendo mais o que estou fazendo; porque ainda não enviei as palavras que meu coração grita e minhas mãos fazem questão de escrever de forma clara e precisa.
Ainda encontro nas cartas guardadas, a felicidade que pensei ter perdido; a habilidade de ser sincera, sem que ninguém esteja julgando. Tal felicidade só consigo perceber quando releio as cartas e quando estou com ele, encostada em seu peito, ouvindo as batidas. Para mim são como se fosse uma sinfonia, tocando a mais bela de todas as canções. Ou talvez um concerto de piano, onde posso ouvir Clair de Lune ainda mais linda, tocada pelo próprio Debussi.
Talvez seja um pouco tarde demais para realmente dizer que o amo mais do que tudo, uma vez que ele sabe disso. Mas não consigo dizer com a sinceridade e o sentimento que queria; como se algo impedisse que minha boca dissesse o que realmente passa no meu coração, deixando uma necessidade insaciável de que tudo seja dito.
Tal necessidade só consigo saciar escrevendo. Abro meu coração para as letras, tornando real tudo o que sinto, mas ainda assim não é o bastante.
Letras não tem escolhas. Palavras não tem sentimentos. Frases não tem vontades. Textos não tem paixão. Livros não tem amor.
Basta para mim dizer o surreal e escrever o real. Encontrar nas palavras falsas a realidade que deixo escapar por meus dedos é o que mais quero.
Sonho em um dia conseguir ser sincera a alguém mais além de uma caneta e um pedaço de papel, ou mesmo um computador. Me sinto cada dia mais fria, como uma máquina, mas o que realmente sinto é amor.
Eu o amo mais que tudo. Imagino se já escrevi isso antes. Acho que sim, mas não importa quantas vezes seja escrito, nunca será o bastante.
Meu único desejo é conseguir dizer tudo o que está aqui para ele. E que tudo saia com sinceridade de minha boca acostumada com o sarcasmo e a calúnia.
Seu rosto transborda alegria e sinceridade, talvez até de modo exagerado, deixando-me um pouco sem graça com a situação sempre que o analiso com um pouco mais de atenção.
Não fazia idéia de como aquela pessoa tão perfeita havia aparecido na minha vida tão de repente, quando eu não esperava que nada de interessante acontecesse na minha vida, já que estava excessivamente monótona.
Lembro-me de como havíamos nos encontrado. Ele me olhava do alto de uma escada, sorrindo, esperando que eu me aproximasse calmamente de seu olhar claro; imediatamente senti algo diferente.
Passamos o dia inteiro juntos, e, sinceramente, queria que ele não acabasse jamais; sabia que não o veria tão facilmente, isso se ainda o veria. Reparei que estava pensando no futuro, planejando... Não era algo comum, era raro, estranho, confuso e incompreensível.
Agora, meses depois de um dos dias mais felizes de minha curta vida, não preciso procurar motivos para a felicidade em um passado distante e nem olhar para um futuro imprevisível. Nem para trás e nem para frente, apenas para o lado; para o presente, real, tangível, incontestável.
Meu futuro previsto há alguns meses não se tornou real; reforcei minha teoria de que o futuro é uma incógnita a mais na vida de cada um e o passado é apenas mais uma das que foram descobertas no meio do caminho e abandonadas ao longo da gigantesca trajetória que chamamos de vida.
Às vezes é saudável relembrar essas incógnitas que foram abandonadas. Podemos ver quais foram nossos erros, que caminhos tomamos para chegar onde estamos agora, que espinhos enfrentamos, em que nuvens descansamos, em que buracos caímos, com que frutos nos alimentamos..., mas não creio que seja bom tentarmos adivinhar as próximas incógnitas antes de ao menos saber como a conseguiremos.
Gosto de pensar em quando vou ter coragem para enviar esta carta para o destinatário correto, e não para o fundo de minha gaveta cheia de outras cartas não enviadas. Sei que não tenho tanta força para enviá-la e ainda parecer ter sanidade o suficiente para não ser internada em uma clínica psiquiátrica. Gosto de imaginar que ele está à minha frente sempre, vendo cada movimento meu, encontrando meu olhar a cada movimento de minhas pálpebras.
Só de pensar que posso sentir seu coração quando estou com ele quase me faz delirar. Aquele som ritmado, com leves falhas, onde percebo facilmente sua irritação, alegria, entusiasmo e tristeza. Só de pensar que posso olhar nos olhos dele e ver aquela claridade intensa e não desviar o olhar por medo de que meus segredos sejam revelados pela intensidade estranha que ele parece me observar.
Confuso. A definição perfeita para esse conto de amor é a confusão. Não entendo mais o que estou fazendo; porque ainda não enviei as palavras que meu coração grita e minhas mãos fazem questão de escrever de forma clara e precisa.
Ainda encontro nas cartas guardadas, a felicidade que pensei ter perdido; a habilidade de ser sincera, sem que ninguém esteja julgando. Tal felicidade só consigo perceber quando releio as cartas e quando estou com ele, encostada em seu peito, ouvindo as batidas. Para mim são como se fosse uma sinfonia, tocando a mais bela de todas as canções. Ou talvez um concerto de piano, onde posso ouvir Clair de Lune ainda mais linda, tocada pelo próprio Debussi.
Talvez seja um pouco tarde demais para realmente dizer que o amo mais do que tudo, uma vez que ele sabe disso. Mas não consigo dizer com a sinceridade e o sentimento que queria; como se algo impedisse que minha boca dissesse o que realmente passa no meu coração, deixando uma necessidade insaciável de que tudo seja dito.
Tal necessidade só consigo saciar escrevendo. Abro meu coração para as letras, tornando real tudo o que sinto, mas ainda assim não é o bastante.
Letras não tem escolhas. Palavras não tem sentimentos. Frases não tem vontades. Textos não tem paixão. Livros não tem amor.
Basta para mim dizer o surreal e escrever o real. Encontrar nas palavras falsas a realidade que deixo escapar por meus dedos é o que mais quero.
Sonho em um dia conseguir ser sincera a alguém mais além de uma caneta e um pedaço de papel, ou mesmo um computador. Me sinto cada dia mais fria, como uma máquina, mas o que realmente sinto é amor.
Eu o amo mais que tudo. Imagino se já escrevi isso antes. Acho que sim, mas não importa quantas vezes seja escrito, nunca será o bastante.
Meu único desejo é conseguir dizer tudo o que está aqui para ele. E que tudo saia com sinceridade de minha boca acostumada com o sarcasmo e a calúnia.
2 comentários:
aiii qe perfeiito... ameei ♥
Meu Deus... não consigo comentar, lindo!
Postar um comentário