sábado, 13 de fevereiro de 2010

Amigos


- Diego! Diegoo!
Ele não olhava. Estava com os fones de ouvido, eu tinha certeza. Tentei de novo, só que mais alto.
- DIEGOOO!
O shopping inteiro olhava para mim agora, menos Diego. Meu melhor amigo. Ele era quase o melhor amigo perfeito de uma garota de 16 anos, quase 17. Pena que ele era completamente distraído.
Cheguei perto dele e o abracei. Ele levou um susto e quase me bateu, mas percebeu quem eu era poucos segundos antes de me acertar (ou morrer de susto).
- Ah, Zöe, não tinha visto você aqui. Está atrasada.
- Na verdade você ta atrasado, eu tava te esperando. Mas isso não importa. Vamos comer! To com fome...
- Pra variar...
Nós rimos e fomos para a mesma lanchonete de sempre tomar o nosso café. Como sempre ele pediu uma torta de chocolate e eu, além do meu tradicional cappuccino, pedi um lanche maior.
- Diego...
Ignorada.
- Diegooo! Eu quero chocolate!
Falei com “voz de criança fazendo birra”, como costumavam dizer. E meu rosto também estava parecido com o de uma criança, ou melhor, com um bolinho.
Ele começou a rir e me deu um pedaço grande demais. Como sempre fui desajeitada deixei o pedaço cair no prato. Ele riu mais ainda e eu o acompanhei. Aquelas coisas só aconteciam perto dele... Era divertido demais ser desajeitada.
O celular dele tocou. Era a Camille, uma das amigas dele que não gostava de mim. O meu nome não foi citado nem uma vez na conversa que foi excessivamente longa... Nem mesmo na hora em que ela perguntou onde ele estava. Fui comprar um sorvete para mim e um pro Diego.
Quando Diego desligou o telefone começou a rir. Só depois de um tempo fui perceber que ele ria de mim. Eu estava toda suja de sorvete. E ele não era o único que estava rindo da minha situação. Desesperada comecei a me limpar. Eu estava totalmente vermelha. Olhei a hora. Seis e meia.
- Diego, hora de ir.
- Verdade. Pra variar hoje você conseguiu me divertir.
- Ah, me deixa!
Começamos a rir, pegamos nossas coisas e saímos da lanchonete. Fomos para a casa do Mateus rindo ainda. No meio do caminho conversamos sobre o futuro e pareceu estranho que tínhamos as mesmas expectativas. E os mesmos medos.
Mateus estava nos esperando, assim como vários outros amigos. Quando vi que estavam jogando vídeo game e conversando pensei: “Esta noite vai ser divertida”, sentei no sofá cheio, peguei um dos controles e me diverti de verdade com amigos de verdade.

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